O século 21, desde o seu início no ano 00, até atualmente, quase adentrando o ano 20, tem sido fortemente marcado pela modernização de tudo e de todos. Cidades inteiras são construídas e reconstruídas afim de acompanhar, ou até mesmo ditar, o significado de modernidade. Infelizmente, isso significa, para muitos de nós, uma escolha grave: seguir o próximo fluxo temporal, sem pressa, e ficar “para trás”, ou entregar-se integralmente à sobrevivência na selva de pedra? Vale a pena sacrificar a própria saúde em nome do sucesso profissional?
Quando a escolha pessoal toma o segundo caminho, tudo que ele faz tem como objetivo alcançar o topo. Sua carga de trabalho será máxima, seu horário de descanso será mínimo, e o tempo livre se tornará um luxo quase que impossível. Nesse cenário caótico, onde fica o cuidado com a saúde? A resposta é simples, mas cruel: não sobra tempo para cuidar da própria saúde.
Em sua obra Dying for a paycheck (Morrendo por um pagamento), o autor Jeffrey Pfeffer, professor da Escola de Negócios de Stanford expõe e critica condições de trabalho totalmente impróprias e degradantes pelas quais muitas pessoas se submetem em busca de um bom lucro no final do mês. Como sugere o título do livro – comentado ao longo do texto por Pfeffer – algumas pessoas atingem o nível máximo dessa realidade: a morte. Morrem em busca de lucro.
Porém, a morte não é a única consequência dessa busca desenfreada por dinheiro. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, cerca de 75% dos gastos com saúde no mundo todo são destinados ao tratamento de doenças crônicas, intrinsecamente relacionadas ao estresse e ao desgaste físico e emocional de longos anos de trabalho. Ou seja: tratamentos médicos que tentam amenizar as doenças causadas pelo abandono da saúde por muitos anos, graças à entrega cega ao trabalho, consomem ¾ de todo o capital investido na área. Todas as demais demandas hospitalares gastam apenas ¼ do dinheiro, mundialmente.
É inegável a conclusão que se apresenta em vista dos dados analisados acima: pessoas estão morrendo ou sofrendo com doenças crônicas, diariamente, graças ao abandono da própria saúde, de uma boa alimentação, de uma rotina de exercícios físicos, dentre outras coisas. Faz-se necessário, então, repetir a pergunta do princípio do texto: vale a pena sacrificar a saúde em favor do sucesso profissional? Não.
Existem alguns argumentos que sustentam essa resposta direta e objetiva. Abaixo, confira alguns deles:
- De nada adianta faturar milhões ao ano, se você não puder aproveitar: os desgastes sofridos pela sua saúde podem ser irreversíveis. Sacrificá-la para, no meio do caminho, ser impedido de aproveitar os frutos do seu trabalho, não é uma boa escolha.
- É possível ser bem-sucedido e levar uma vida saudável ao mesmo tempo. Os dois elementos não são excludentes! Você não precisa ter uma jornada semanal de 50 horas para alcançar o sucesso. Muito pelo contrário: as vezes, uma rotina planejada e confortável pode ser a chave para aumentar a sua produtividade.